Para ficar próxima da minha realidade de tempo corrido de hoje escolhi como tema escrever sobre Second Life. Afinal de contas, a minha "first life" está difícil. Pelo menos o meu avatar tem liberdade para voar num clique só.
Quando vi nesta semana a capa da revista Época me lembrei que, há uns seis meses, instiguei minha equipe de Planejamento a dar um “mergulho” no Second Life e preparar um documento que nos ajudasse a entender como oferecer a nossos clientes a tal “presença” em Second Life. Recomendei que prestassem atenção naquilo porque ia ser “A Buzzword”. Que ia deixar o Orkut num outro canto. Hoje conseguimos ter uma boa cultura do assunto dentro de casa.
Meu primeiro contato com Second Life foi uma pequena crise existencial. Sou católica por DNA e espírita kardecista por busca própria e convicção. No espiritismo aprendi que temos muitas vidas. E elas nos servem como estágios onde, a cada vida vivida, há uma nova chance para evoluir.
Sempre é bom saber que há uma segunda chance não? Uma Second Life kardecista já que a única que lembro é esta First que desfruto com muito prazer agora.
Dentro do meu notebook fui arrancada destes pensamentos pouco evoluídos e confortáveis. De repente, a Second Life da moda tem tudo para você projetar suas qualidades, exacerbar seus defeitos, adquirir bens, falar com gente de todo lado e... voar - o que pode ser ótimo em dias de operação-padrão no controle aéreo.
Você vira um avatar criado a base de scripts e aprende a movimentá-lo rapidamente como num teatro de bonecos. É a sua segunda vida para lá e para cá. Mas o que temos aprendido com isso? É possível colocar sua marca ali e gerar relevância?
Eu diria que este artigo de hoje foi só uma provocação. Volto a falar no assunto porque é coisa de muitas Lifes, mas já dei a pista. O Orkut vai diminuir sua densidade demográfica e seu latifúndio digital. E essa migração se dará para as paredes de 3D mal acabadas de Second Life.
O que acontecerá com a empresas neste ambiente? Tenho boas teses que ainda carecem de comprovação, mas como empresas vendem produtos e serviços para pessoas e as pessoas querem, a cada dia, mais uma vida de backup podem apostar que, em Second Life, teremos mais do que festinhas de agências de propaganda no final do ano.
Por onde passa gente se comportando desse jeito “duplo” passam interesses de comunicação. Ele vai crescer e venderemos na Second Life idéias que serão compradas na First. Fácil. Aposte nisso ;-) .
Risoletta Miranda é sócia e Presidente da Addcomm, formada em jornalismo, MBA Marketing COPPEAD/UFRJ, especializada em Planejamento Estratégico de Marketing e Comunicação On Line e uma das criadoras do Conceito de VRM – Virtual Relationship Management – Addcomm. E-mail: rizzo@addcomm.com.br .
extraído de: http://idgnow.uol.com.br/internet/weblogia/idgcoluna.2007-03-30.8337844707